sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uma onda leve...




Fiquei com seus olhos grudados nos meus. Um sorriso leve, de canto de boca, e o corpo trêmulo por causa do vento frio que aquela praça tem. As luzes dos carros e dos postes estavam distorcidas, talvez pelo efeito da droga que o seu sorriso injetou em mim. Todas as minhas lembranças ficaram soltas pela cidade. E meus medos, meus receios, minhas dúvidas (e algumas certezas também), se perderam. Tudo ficou perdido pelo caminho. Passei um bom tempo em busca de um encontro. Do meu comigo. E acho que foi o que aconteceu. O céu tinha uns borrões de avião à jato incríveis. As estrelas traziam consigo um brilho incomum e a lua imperava alguma cantiga de ninar pra nós. Todos os meus pensamentos sorriam com os olhos. 

Passei a noite deitada em alguma grama gelada e úmida. Virei pro lado algumas vezes, como garantia de que era sonho, e encontrei seus olhos vidrados na copa da árvore acima da nossa cabeça. Era sonho. Já tinha acabado. Mas festejei ao som de Creedence.
Fiquei com meus olhos grudados nos seus como que pra sempre. Você sentiu? Percebeu? Dormi tão bem, feito criança que apronta o dia inteiro e quando dorme é de cansaço. Recarreguei minhas energias com seu sorriso. E ficou mais fácil acordar hoje. Dá pra trazer essa onda de leveza pra mais perto de mim outra vez?
Eu agradeço. Relembro. Revejo. Me reapaixono. E, no outro dia, é recomeço.